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Meu Trabalho Pelo Acre
11 de dez de 2021
No final dos anos 90, o Acre vivia um momento escuro de sua história, saqueado pela corrupção e sucateado pela incompetência de sucessivos governos, violentado pelo crime organizado, atemorizado pelos esquadrões da morte, esgotado pela exploração predatória de seu patrimônio natural. Mas nas eleições de 1998, finalmente, a geração que tinha trazido para a política o sentimento de acreanidade e a valorização da floresta conseguiu eleger seu candidato, Jorge Viana, com o projeto que tinha sido apresentado na histórica campanha de 1990 agora acrescido pela experiência prática da quatro anos de gestão na prefeitura de Rio Branco.
A coligação partidária Frente Popular do Acre, liderada pelo PT, partido de Jorge Viana, já tinha conquistado importantes espaços no parlamento, com deputados estaduais e federais e o mandato de Marina Silva no Senado. Junto com Jorge, elegeu-se Tião Viana para o Senado e uma forte bancada de deputados estaduais e federais. O governo de Jorge Viana, portanto, não era resultado de mero acaso, de uma boa campanha de marketing ou de um golpe de sorte. Era o coroamento de um lento e profundo processo de mudança na sociedade acreana, acompanhando a evolução do povo brasileiro após a redemocratização. Jorge Viana e seus companheiros pertenciam geração que tinha ido às ruas na campanha das Diretas Já e, no Acre, tinham acompanhado Chico Mendes e os povos da floresta na resistência contra o desmatamento e pela criação das reservas extrativistas.
Acre entre 1999-2006: Governo da Floresta
Identificando-se como “Governo da Floresta”, a gestão de Jorge Viana no estado começa com a tarefa complexa e difícil de estabelecer a justiça e a democracia, reorganizar os serviços públicos e recuperar a autoestima dos acreanos e sua confiança no futuro. Jorge lançou mão de um simbolismo poderoso, aproveitando uma feliz coincidência: nos anos de seu mandato completava-se o centenário da Revolução Acreana, da criação do Estado Independente do Acre e do Tratado de Petrópolis, pelo qual o estado tornou-se brasileiro. Hasteou a bandeira e executou o hino do Acre na capital e em todas as cidades do estado.
Período de mudanças positivas para o Acre
O conjunto de obras e serviços do Governo da Floresta é impressionante, não apenas nas cidades mas também na infraestrutura de estradas, portos, aeroportos, sistemas de assistência, energia, abastecimento, transportes, saneamento e comunicações. Na economia, multiplicou o PIB e todos os indicadores de desenvolvimento, propiciou a instalação de inúmeros empreendimentos e a geração de milhares de empregos. Promoveu um progresso inédito na educação, retirando o estado das últimas posições na avaliação nacional para colocá-lo entre os dez primeiros em todos os níveis -do básico ao superior. Aumentou acima da inflação os salários dos servidores públicos e instituiu uma prática que se tornaria obrigatória para qualquer administração estadual ou municipal: o pagamento em dia, sem os atrasos frequentes nos governos anteriores.
O estado foi dividido em cinco regiões, correspondentes aos vales dos principais rios. Não eram apenas regiões administrativas, com representação dos órgãos e serviços públicos, mas constituíam-se em regiões de desenvolvimento, com projetos adaptados às suas diferenças e potencialidades específicas.
O governo tinha um plano e apoiava-se numa identidade que valorizava a floresta, tanto para induzir o desenvolvimento interno quanto para angariar solidariedade, financiamento e acordos internacionais. O Acre tornou-se uma espécie de estado-modelo na Amazônia, mostrando ser possível juntar meio ambiente e economia numa harmonia extremamente necessária para superar as mudanças climáticas, que já se anunciavam inevitáveis no início do novo milênio.
Com um conjunto de grandes realizações e melhoria das condições de vida da população, a reeleição de Jorge era mais que previsível. No segundo mandato, já com Lula na presidência da República, o Governo da Floresta completou o conjunto de obras e mudanças iniciado, saldou dívidas históricas e dividiu a história do Acre em um “antes” e um “depois”.