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11 de dez de 2021
No calor dos debates da COP26, em Glasgow, retomei um produtivo diálogo com a senadora e ex-ministra da agricultura, Katia Abreu. Para ela, os caminhos definidos na conferência da ONU apontam, entre outras coisas, para a necessidade de acabar com o desmatamento ilegal no Brasil.
Kátia me saudou como “um querido amigo, um grande especialista na área ambiental, que sempre nos ensinou muito no senado”. Sobre “COP das COPs”, chamou atenção para a necessidade de definir o artigo sexto, sobre os créditos de carbono, e as formas de cumprimento das nossas NDCs (Contribuição Nacionalmente Determinada). Como conhecedora da questão, ressaltou: “a outra questão que está me preocupando, que atinge diretamente o setor produtivo, diz respeito ao mercado voluntário de carbono. Esse mercado voluntário vai impactar nas NDCs, na meta nacional obrigatória ou eles vão ficar por cima disso? Essa é a grande questão. As empresas estão querendo que abata na NDC e, se isso for verdade, o dinheiro vem de outro país para financiar projetos no nosso país, mas isso aumenta a meta no Brasil, levando a coisa boa para fora. Então eu acho que não é justo com o povo brasileiro que nós possamos, em função de um projeto, prejudicar ou apertar ainda mais as questões para a sociedade de um modo geral. Isso precisa ser melhor definido”, disse Kátia.
Fiz questão de registrar a importância da presença da senadora Kátia Abreu, que fez valer no Senado a agenda do Clima, procurando tratar com mais seriedade e inclusive defendendo que o Brasil assuma compromissos em um prazo mais curto na redução das emissões. Foi um passo importante que o senado deu em relação ao governo que, infelizmente tem posições atrasadas nesse aspecto.
Katia também comentou o assunto: “de verdade, nós reduzimos sim, com uma votação unanime do Senado. O nosso compromisso de zerar o desmatamento ilegal era até 2030 e o Senado resolveu diminuir esse tempo para 2025”. E disse mais: “somos sabedores de que nós somos capazes de eliminar o desmatamento ilegal em um tempo mais curto. Aqui em Glasgow nós precisamos dar sequência ao que foi firmado no Acordo de Paris”.